quinta-feira, 22 de julho de 2010

Bolos 7 da manhã... and then some!


Confesso que fiz de propósito quando publiquei o snail porridge há momentos....sabia que tudo o que publicasse a seguir ia parecer relativamente normal em comparação. Este post é dedicado àqueles dias em que acordo com vontade de fazer bolos (nota: para quem não sabe, é normal eu acordar com vontade de cozinhar às 6, 7 da manhã... fazer bolos é que é uma das mais recentes manias), mas não (pelo menos at this time) uns bolos quaisqueres. Bolos de beterraba, ou de chocolate (light), embora a beterraba me pareça uma coisa que venha para ficar no meu repertório por algum tempo. Claro que para uma pessoa normal (e não estou a atestar a minha anormalidade, mind you, só estou a dizer que sou um pouco diferente) a ideia de fazer um bolo com beterrabas possa parecer um pouco estranha. Mas, se pensarmos bem, há açúcar que é feito com beterrabas, so, I considered that it might be not that off as it seems.

Assim, um destes dias, às sete da amanhã, lá estive eu a fazer um bolo (era de chocolate). Correu tão bem que fiz um segundo bolo passados uns dias (com especiarias)... e, finalmente, na passada terça feira, lá fiz uns belos cupcakes/bolo de anos. De beterraba com chocolate, está visto! A vantagem: são fáceis e têm das melhores texturas que já comi, ou seja, sem levarem quantidades anormais de manteiga ficam extremamente macios, mantendo-se assim por algum tempo. As receitas são similares, havendo apenas pequenas variações nas quantidades, mas nunca nos ingredientes em si. A que vou publicar foi a primeira que fiz, mas como as restantes são mais ou menos iguais, vou manter as fotos de todas as outras, indicando pontualmente as variações.

- 200 g de beterraba cozinhada - mais ou menos duas grandinhas (basta daquelas embaladas em vácuo que se vendem nos supermercados ou então façam diy e assem-nas ou cozam-nas em casa).
- 200g de farinha
- 100 g de cacau em pó
- 1 colher de sopa de fermento em pó
- 250g de açúcar amarelo
- 3 ovos
- 2 colheres chá essência de baunilha
- 200 ml de óleo vegetal

Agora não há nada mais fácil: peneirar os ingredientes secos juntos, acrescentando uma pitada de sal. Depois, numa liquidificadora/com uma varinha mágica, etc desfaz-se a beterraba, adicionando-se depois os ovos, a baunilha e o óleo, até estar tudo bem incorporado (aviso já que vão ficar com um líquido cor de rosa choque, quase como se fossemos fazer o bolo da Barbie, mas não se assustem). Envolve-se esta mistela nos ingredientes secos, mistura-se bem e pronto, já está, agora é ir ao forno (que deve ser sempre ligeiramente pré aquecido). E já está, agora é só comer!


Já agora variações: substituir cacau por especiarias (canela e noz moscada, mas apenas no rácio de uma colher de chá de cada, com menos óleo - equivalente a 5/6 colheres de sopa), ou ainda cupcakes (acrescentar raspa de uma laranja e frosting de soured cream com queijo creme). Have fun!!














Heston Blumenthal's snail porridge

Há coisas muito estranhas e eu sou adepta de algumas esquisitices culinárias. Snail porridge, aka papas de aveia com caracoletas é sem dúvida uma delas(uma combinação pouco provável, só de pensar nas texturas envolvidas). Mas um grande chefe é um grande chefe, e aqui o Heston Blumenthal faz com que a coisa faça sentido. Confesso que até tenho vontade de experimentar...

sábado, 10 de julho de 2010

Improviso com Pêssegos

(Esta foto revela bem o quanto eu sou desastrada- hope that it won't turn anyone off)
Ás vezes a inspiração vem das situações mais absurdas. O que fazer quando, de repente, se tem três iogurtes, uma série de pêssegos já moles, nada de frigorífico e muito, muito calor? Improviso com pêssegos é claro, ou, pelo menos assim me pareceu num dos dias das minhas (neste momento muito) saudosas férias. Esta receita em particular tem muito de experiência laboratorial e muito de show off, foi "desenhada" com uma expectativa diferente acerca de alguns dos ingredientes, mas apesar de tudo isso correu bem e é uma daquelas coisas que se adivinha uma base para poder fazer muito mais. E é sempre isso que conta right? mesmo com um reportório limitado poder transfigurar a mesma coisa vezes e vezes sem conta até à exaustão. Também tem a bela vantagem de não precisar de grandes técnicas, nem de paciência. E nem de ingredientes muito especiais:

2 pêssegos, um mais maduro, um mais firme, cortados em wedges (cunhas?), mas com a pele

2 colhes de sopa de açúcar amarelo

2 colheres de sopa de água

1 colher de sopa de manteiga

1 cálice de brandy

A primeira parte da experiência consistiu em tentar perceber, se, como afirmam categoricamente muitas das minhas revistas, o açúcar amarelo derrete sozinho. Depois de alguns minutos com a frigideira com açúcar ao lume, posso dizer com honestidade que a resposta é não. Pelo menos não naquele dia! Bem, adiante, junta-se duas colheres de sopa de água e deixa-se borbulhar (com o lume brando) até obtermos um caramelo dourado, adicionando-se no final a manteiga- parece horrível, eu sei, mas impede que tenhamos uma calda unicamente de açúcar, amaciando-a. Junta-se então os pêssegos e deixa-se cozinhar até o pêssego mais maduro se começara desfazer. Recomendo que encorajem esta parte pressionando ligeiramente com a colher de pau, até enchermos a cozinha com cheiro a pêssegos! O objectivo é reduzir esta calda para metade, antes de acrescentarmos o brandy. E agora vem a parte show off: fazemos um flambée, ou seja, incendiamos o brandy (on the safe side, usem um daqueles isqueiros de fogão... não sei até que ponto será seguro - e higiénico- fazê-lo com fósforos), deixando que este se apague na totalidade e deixando reduzir mais um pouco. Deita-se depois esta mistura quente sobre o iogurte, desejavelmente polvilha-se com qualquer coisa crunchy (amêndoas, bolachas raladas, etc) e... huuuuummmmm!




Have fun!!

domingo, 4 de julho de 2010

Easy Peasy Risotto


(mereço brownie points por esta encenção rústica a que não falta o prato cavalinho falhado, e o raminho de hortelã)


Aqui estou eu depois de uns longos dias de ausência. Uma ausência temperada com muita preguiça pessoal como convém a umas boas férias! But anyways, preguiça também dá lugar a ideias luminiosas, ou melhor, a testar ideias luminiosas com a paciência e o tempo conveniente que precisam para amuderecer. Daí esta minha incursão no terreno do risotto, que é uma coisa fácil... mas que requer uma paciência que eu não sabia que os italianos podiam ter!


Para este risotto em particular lembrei-me ainda de que os melhores ingredientes são aqueles que estão no seu tempo, portanto daqui em diante vamos ser fiéis, sempre que possível, ao conceito da SAZONALIDADE, que, aliás, é ecológico q.b, which just upped my virtue profile quite a bit. Desta vez escolhi ervilhas - as minhas são frescas, mas comos as congeladas também não são de má qualidade não me vou armar no vegetable nazi e dizer que é impensável usar ervilhas que-não-tenhamos-descascar. É só ter em atenção se são pequenitas e verdes-amarelo is bad! So, without further ado, here is what you will need:


  • 2 chávenas de ervilhas (como isto é tudo medido por chávenas, escolham a que vos der mais jeito)
  • 1 colher de chá de açúcar

  • 1/2 caldo knorr Natura de legumes

  • 1 talo grande de aipo
  • 2 alhos

  • 1 cebola média

  • 200 g de arroz de risotto (1 chávena uma vez mais)

  • 1 copo (cerca de 250ml) de vinho branco

  • 1 colher chá (cerca de 20g) de manteiga

  • azeite, sal, pimenta e queijo parmesão (ou queijo da ilha) q.b.

  • azeite, sal, pimenta
A primeira parte é fácil: cozer as ervilhas em água fervente com sal e o açúcar até estarem tenras (não indico tempos porque depende das ervilhas). No final escorrem-se, reservando a água da cozedura. Nesta água deve ser desfeito o caldo Natura (passo a publicidade) - como medida prática recomendo que coloquem o tachinho com esta água em cima do fogão com uma concha lá dentro- dá sempre jeito!


A segunda parte já é um nadinha mais trabalhosa, basicamente consistindo em picar a cebola e o aipo, a que se juntam os alhos, esmagados ou picados consoante a forma como o freguês melhor gosta de albardar o seu burro. Num tacho de fundo pesado (idealmente, embora agora se goste muito de impingir tachos de inox brilhantes que foram desenhados por quem não sabe cozinhar) juntamos os últimos ingredientes com azeite (não muito, não é suposto ficar tudo a nadar - normalmente o equivalente a duas colheres de sopa é o suficiente) e refoga-se até a cebola ficar translúcida. Adiciona-se o arroz, dexando refogar até também ficar ligeiramente transparente. A isto se adiciona o vinho branco, mexendo sempre até evaporar ( fica um cheiro maravilhoso na cozinha) - até aqui pretty straightforward I think, esta é, aliás, a forma como o Jamie Oliver o descreve nos seus livros de receitas.


Entretanto, mede-se uma chávena das ervilhas já cozidas, colocam-se num prato e desfazem-se com um garfo até obtermos um puré grosso (nodoso is the best word). Adiciona-se este puré ao refogado e envolove-se bem. And after this it is completely a labour of love: junta-se uma concha de caldo, esperando que este evapore até se adicionar uma outra. Como as ervilhas, por si só criam uma base, basta acrescentar o caldo quando a mistura de ervilhas e arroz estiver quase seca. Tem que se ir controlando o ponto de cozedura que se pretende no arroz- basta parar quano estiver cozido e o arroz ainda com molho mas não tipo malandrinho à portuguesa. É dificil de descrever mas olhem para a foto and you will know what I mean - este é afinal um trabalho de paciência, eu própria às vezes perco-a e enfio quase tudo para dentro do tacho, but don't do it - I'm insane so I always manage to fix it, mas é complicado explicar como! No final, tempera-se de sal (provem a comida para ver quanto é necessário), adiciona-se as ervilhas inteiras, a manteiga, hortelã picada e o queijo ralado, tapa-se e deixa-se descansar por alguns minutos (máximo 5). Depois é só servir, com mais queijo ralado à mistura. Have fun!!